14 de setembro de 2012

Bar do Estadão, a cara de São Paulo



Uma das notícias boas da edição Comer e Beber da Vejinha deste ano foi a escolha, pelo público leitor, do Bar do Estadão como o endereço gastronômico que melhor representa a cidade. Confira aqui quais foram os vencedores de 2012 escolhidos pelo júri, do qual o Bares e Futilidades faz parte

O botecão superou outros dois clássicos paulistanos, muito mais conhecidos e mais confortáveis: o Bar Brahma, que ficou em segundo lugar, e o Terraço Itália, em terceiro. 

E realmente, sem a menor sombra de dúvida, tem mais a ver com o espírito paulistano do que os outros dois. 

O Estadão não é ‘fake’ como é o Bar Brahma nem parado no tempo como o Terraço Itália. Também não é uma lanchonete com cara de boteco, como a revista chama. 

Aberto em 1968, ele é um boteco autêntico. E dos bons. Funciona 24 horas, como é próprio da cidade. Só fecha na Sexta-Feira Santa e no Natal. O nome é um agrado para agradar os jornalista da redação do jornal Estadão, que funcionou ali do lado até meados dos anos 1970.

O sanduíche de pernil o fez famoso, mas serve também salgados, porções e refeições – é o melhor lugar para comer uma feijoada na madrugada de terça-feira para quarta-feira.  Sucos, cervejas, cachaças, uísques (do Black Label ao Natu Nobilis) 

A banca de revistas em frente ao bar é uma das primeiras a receber, quentinhos, os primeiros exemplares do dia. Três, quatro da manhã já é possível ler as notícias do dia.

Sua clientela é a mais eclética possível. De dia, engravatados, turistas, estudantes que vão pesquisar na biblioteca Mario de Andrade, vereadores (a Câmara fica em frente), jornalistas. A happy hour é movimentadíssima. À noite, taxistas, funcionários do Metrô, policiais, prostitutas, baladeiros a fim de um lanche antes de ir para casa.

Aqui, todo mundo tem lugar. Mesmo depois da fama, e da reforma, o bar manteve o imenso balcão. Come-se e bebe-se um do lado do outro, como nas gigantescas mesas de chope de Munique, onde fregueses que não se conhecem dividem o mesmo espaço.

É justamente esse caldeirão que faz do Estadão, de fato, o endereço gastronômico (entre bares, restaurantes, lanchonetes...) que melhor representa São Paulo.