31 de agosto de 2005

Recordar para Beber

A Bacardi começou a produzir seu rum em 1862 em Santiago de Cuba pelas mãos do espanhol Facundo Bacardi. Em 1960, suas propriedades foram confiscadas pela Revolução Cubana.

Mesmo no exílio, seus proprietários mantiveram a marca e estabeleceram destilarias em outros locais, como Bahamas e Porto Rico.

A seguir três curiosos pôsteres publicitários da era pré-Fidel Castro. Repare no outro popular produto lançado por Bacardi nos anos 40, a cerveja Hatuey, que ganhou menção em O Velho e O Mar, de Ernest Hemingway.



29 de agosto de 2005

Água-que-passarinho-não-bebe

Pinguços de plantão precisam conhecer a esplêndida Esquina da Cachaça (Rua da Cantareira, 589, centro, São Paulo). Pertinho do Mercadão, suas prateleiras guardam impressionantes 1.500 rótulos da mais pura brasilidade etílica.

O lugar é muito legal. O armazém ocupa uma casa do início do século XX totalmente reformada, com tijolinhos aparentes e piso com tábuas de peroba.

Preços bons. Uma garrafa da mineira Seleta sai por baratos R$ 10 – tem bar na cidade que cobra R$ 4 a dose de 50 mililitros. Aproveite para fazer uma boquinha. Tanto a porção de mandioca frita como o sanduíche de pernil caem muito bem com uma branquinha.

26 de agosto de 2005

Frase para refletir no final de semana

Deve-se beber com moderação, independente da quantidade,
Millôr Fernandes, jornalista e humorista

25 de agosto de 2005

Megabar das Empanadas

Tradicional boteco da Vila Madalena, o Bar das Empanadas (Rua Wisard, 489, 3032-2116) ampliou suas instalações pela terceira vez nos últimos quatro anos. O bar estendeu seus domínios no começo do mês para o imóvel vizinho, onde funcionava uma farmácia.

A decoração ganhou novos pôsteres de filmes nacionais, como que uma constante homenagem da época em que o bairro -- e também o bar -- era reduto de roteiristas, produtores, editores e diretores de cinema.

Apesar da maior oferta de lugares, as mesas brancas de latão colocadas na calçada seguem as melhores para bater papo nos dias quentes. Uma dica de comidinha além das clássicas empanadas: a bolacha de provolone é par mais que perfeito para uma cervejinha bem gelada.

23 de agosto de 2005

Recordar para beber

James Buchanan era um apaixonado por cachorros. Duas de suas raças preferidas, a West Highland White Terrier e o Scottish Terrier se tornaram símbolos de uma das marcas registradas que criou, o uísque Black & White.

Veja abaixo alguns belos cartazes criados para vender a bebida a partir do final dos anos 40.




22 de agosto de 2005

Festival de alma botequeira

O Pirajá (Av. Brigadeiro Faria Lima, 64, 3815-6881) promove a partir deste final de semana o 2º Mês da Baixa Gastronomia. O bar montou um cardápio inspirado em receitas de Tia Surica, pastora da Velha Guarda da Portela.

É de dar água boca em qualquer alma botequeira. Alguns dos pratos da sambista foram adaptados para combinar ainda melhor com a mesa de um boteco. O jiló com lingüiça virou uma porção com seis croquetes. A suculenta galinha com quiabo foi transformado em inusitados pasteizinhos . O arroz com camarão, em um bolinho.

Os revitalizadores caldinhos de feijão, de ervilha e de mocotó vêm em parceria com uma dose de cachacinha – que os bambas não dispensam.

As outras sugestões são o Portelão, um prataço de macarrão com galinha; coxinhas de asa de frango empanadas e a velha e boa feijoada, que chega à mesa em caldeirões de aço inox e é oferecida apenas aos sábados.

19 de agosto de 2005

Frase para refletir no final de semana

"O uísque é o cachorro engarrafado,"
Vinícius de Moraes, poeta e compositor

18 de agosto de 2005

Sanduba nota 10

O Peru's (Rua Júlio de Castilhos, 804, 6694-8154) fica muito fora de mão e suas instalações estão longe das ideiais. Só que seu sanduíche de churrasco com repolho cru temperado e provolone continua uma délícia.

Sabadão no final de tarde, cheguei lá com um casal de amigos que não conhecia o botequim, próximo do Largo São Jose Belém. Ficamos junto ao balcão de aço inox, embora a casa conte com um salão na parte dos fundos.

Tudo foi muito bom, do atendimento ao lanche. Um dos amigos deu nota dez para o sanduba de carne-assada, também guarnecido pelo repolho cru temperado de um dia para o outro com azeite, sal, vinagre e orégano.

Este molho, especialidade da casa, é conhecido entre os habitués por jacaré.

16 de agosto de 2005

Recordar para Beber

A Ambev possui um hotsite bem bacana para contar os mais de 100 anos da Cervejaria Brahma (clique aqui). O grande barato é conferir a evolução da divulgação dos produtos da empresa por meio de pôsteres. Abaixo três deles, utilizados na década de 1910. Preste atenção no estilo das modelos da época.



15 de agosto de 2005

Vai uma branquinha?

A cachaçaria Água Doce (Avenida Macuco, 655, Moema) criou uma divertida maneira para acabar com as dúvidas de quem ainda acha que pinga é tudo igual: a degustação de cachaças.

Cada rodada inclui cinco doses de 25 mililitros (meia dose) de qualquer uma das aproximadamente 200 opções do cardápio -- com exceção das caríssimas Anísio Santiago e Indaiazinha.

O testador (quer dizer, você) escolhe as marcas dentro de grupos de branquinhas classificadas por estrelas. A brincadeira custa de R$ 8,50 a R$ 15,90.

"A diferença de uma cachaça pra outra está em cada detalhe do processo de produção. Da escolha da cana à colheita, que pode ser à mão ou de forma mecânica, ao transporte da matéria prima, moagem, fermentação e destilação, tudo influencia no sabor da cachaça", diz o cachaçólogo (sim, existe quem estude a água-que-passarinho-não-bebe) Delfino Golfeto.

12 de agosto de 2005

Frase para refletir no final de semana

"Beber um pouco faz bem. É como remédio,"
Paulinho da Viola, cantor e compositor

11 de agosto de 2005

Política e cerveja

Uma reportagem publicada nesta quinta no portal No Mínino fala da guerra política pela obrigatoriedade do uso de lacre de alumínio nas latas de cerveja. O título do artigo é "A bancada do lacre". O primeiro parágrafo está copiado aqui. O texto completo, de autoria do jornalista Jorge Felix, pode ser acessado pelo link abaixo.

"O nome é até sugestivo para uma nova marca de cerveja: Alba. O slogan poderia ser qualquer coisa como “Alba, a cerveja limpa”. Mas a relação do deputado estadual Marco Alba, do PMDB gaúcho, com o mercado de bebidas é outra, bem diferente do espírito brincalhão das mesas de bar. Alba é autor de um projeto de lei que obriga as indústrias de bebidas a colocar um invólucro de alumínio sobre as latas de cerveja e refrigerante como medida sanitária. Ou melhor: Alba é mais um autor de um projeto como este, cujo primeiro pecado é a falta de originalidade. Ao apresentá-lo, entrou para uma lista robusta de políticos interessados nesta medida. Somando as assembléias legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, mais de 20 parlamentares, pelo país afora, apresentaram projetos idênticos. Esta bancada do lacre conta inclusive com a presença do novo ministro da Saúde, Saraiva Felipe (PMDB-MG)."

Para ler o texto completo, clique aqui

10 de agosto de 2005

Recordar para beber

Alguns postêres antigos de bebidas são verdadeiras obras de arte gráfica. Bares de todo o mundo costumam usar estas imagens na decoração. Portanto, nada mais justo prestigiá-los em nosso blog. Na estréia da série de posts "Recordar para Beber", dois desenhos de 1939, em seqüência, encomendados para vender a tradicional stout irlandesa Guinness. Enjoy it!



9 de agosto de 2005

Cerveja aromática




Só para mostrar o quanto nossas cervejarias estão engatinhando no lançamento de novos produtos. A cervejaria belga Bavik colocou no mercado recentemente uma nova versão de sua cerveja de trigo, a Wittekerke.

A Wittekerke Rosé é uma cerveja de trigo aromatizada com framboesa. Assim como as cervejas do tipo lambic, do qual não existe nenhuma marca nacional, o líquido é cor-de-rosa e, garantem, o sabor agrada aos paladares femininos.

Quem quiser provar algo parecido terá de ir à Europa. Ou ir aos poucos bares especializados no assunto, como o Frangó, em São Paulo.

8 de agosto de 2005

Nem só de redondas vive um pizza-bar

Bem bacana o Pompéia Pizza-Bar (esquina da Avenida Pompéia com a Rua Coronel Melo de Oliveira, 3675-9393). Ambiente aconchegante, vela nas mesas, clima traquilo, ótimo para papos entre amigos ou com a namorada.

O aspecto mais curioso do lugar é que seu forno a lenha não está aquecido com lenhas ecologicamente corretas apenas para assar suas pizzas modernosas -- a de abobrinha com polenghinho é ótima.

É ali também que são preparados alguns tira-gostos, como a provoleta (provolone derretido, molho de tomate e azeite) e a calabresa acebolada. Boa sacada, que pode ser imitada por outros estabelecimentos.

O chope também merece registo. No melhor estilo botequeiro, a bebida é tratada com o mesmo carinho que no Pompéia Bar, boteco dos mesmos donos a apenas quatro quadras dali.

5 de agosto de 2005

Frase para refletir no final de semana

Um botequim deve ser, de preferência, razoavelmente limpo. Mas não a ponto da gente pensar que está bebendo em uma enfermaria. Ninguém morre de infecção contraída em um bar. E quantos já morreram de infecção hospitalar?
Jaguar, cartunista
Direto de O Cruzeiro

O Amigo-da-Onça em um momento de bebedeira.



O Amigo da Onça:“... E como já vi que estou no meio de pessoas evoluídas... UP... vou contar uma do Bocage.”

4 de agosto de 2005

Lá na Zona Norte

Fim de semana passado estive novamente no Bar do Luiz Fernandes (Rua Augusto Tolle, 610, 6976-3556), boteco com 35 anos de história no Mandaqui. Continua ótima dica para um sábado ou domingo de sol.

Uma pequena reforma realizada há dois meses deixou o bar mais confortável, principalmente na hora de ir ao banheiro. O espaço interno continua reservado para quem gosta de beber cerveja em pé, utilizando engradados e pequenos balcões como amparo para os copos. AS mesas ficam na calçada e no terraço. Os fregueses mais antigos recebem papel e lápis para eles próprios anotarem o que consumiram.

Comida boa não falta. Seu Luiz é o resposável por picar tomates, pepinos, rabanetes e outros legumes e verduras para abastecer o balcão de aperitivos.

Mulher do seu Luiz, Dona Idalina é a responsável pelo preparo de alguns dos salgadinhos mais gostosos da cidade. A receita do bolinho de carne (R$ 2) foi ensinada pela sogra: a carne moída misturada com massa de pão é temperada com manjericão, pimenta-do-reino, pimenta vermelha, alho e orégano.

Outras duas perdições são o bolinho de bacalhau (R$ 2,50) e a berinjela empanada (R$ 2), esta última servida apenas aos sábados e domingos.

3 de agosto de 2005

Primeiro Lugar

Faço questão de inaugurar o blog convidando todos a conhecer um dos dez melhores botecos de São Paulo, o Bar do Elídio (Rua Isabel Dias, 57, 6966-5805).

E nem adianta dizer que tomou um chope na filial do Mercadão porque não vale. Bom mesmo é separar uma tarde para conhecer a matriz, na Mooca. Montado bem na entrada, seu balcão de aperitivos é o mais famoso e sortido da cidade, com cerca de 120 itens nos finais de semanas.

Acomodados em travessas de vidro, queijos, cebolinhas, berinjela, frutos do mar, lingüiças, tremoços, roll-mops (sardinha salmourada com cebolinha) e outras comidinhas dão água na boca. Monte o prato e pague por peso.

O cardápio traz porções de pastéis sequinhos e outros aperitivos raros nos bares da moda, como o salpicão, o fígado à veneziana e a alheira, produzida artesanalmente por um português que vive no bairro.

Enquanto belisca alguma coisa, ao lado de um chopinho cuidadosamente tirado de uma máquina alemã com 180 metros de serpentina, aproveite para conhecer um pouco mais sobre a história do futebol paulista.

Suas paredes são ocupadas por pequenas relíquias como uma camisa do Santos autografadas pelo Pelé e fotos com escalações de times paulistas e cariocas das décadas de 50, 60 e 70. A coleção de imagens é tão representativa que foi utilizada como cenário pela produção do filme Boleiros, de Ugo Giorgetti.