30 de novembro de 2010

Postais bebuns

O envio de cartões postais com piadas e frases de duplo sentido foram muito comuns no século XX - e muito deles tratavam de bares e bebedeiras.

Na Inglaterra, uma das referências desses produtos era a gráfica Bamforth & Co. A empresa foi criada por James Bamforth, fotógrafo de primeira geração, que passou a investir em bem-humorados cartões - cumpria mais ou menos a funções dos e-cards da era web.

São da Bamforth & Co. os exemplos abaixo. Copiados de uma site especializado (a cardcow.com), os únicos com data de postagem são os três primeiros, enviados respectivamente em 1909, 1910 e 1923. Mas todos são muito legais.








23 de novembro de 2010

Vodca e cultura de boteco

O livro Rei da Vodca - A Saga Família Smirnov e a Construção de um Império está dentro da categoria que eu chamo de literatura de boteco. Ao contar a história da marca de vodca mais vendida do mundo, a Smirnoff, traz um monte de curiosidades bacanas.

Algumas delas:

- No início do século XIX, a lei russa proibia qualquer estabelecimento de bebida alcoólica a menos de 85 metros da entrada de uma igreja

- A origem da coroa na logomarca da Smirnoff está ligada ao fato de seu inventor, um ex-servo, ter como objetivo agradar os czares no século XIX

- Donos de tabernas exageravam no sal e na pimenta para aumentar a sede dos consumidores de vodca.

- O primeiro anúncio da então vodca Smirnov veio em 1881 - e criticava a onda de vodcas falsificadas que inundaram o mercado russo.

- O dono da marca nos Estados Unidos convocou um elenco estrelado para fazer propaganda da vodca nos anos 1960 e 1970 (clique aqui para ler a matéria no blog)

- Smirnoff aparece em 21 dos 22 filmes de James Bond

3 de novembro de 2010

Nós viemos aqui para beber ou para conversar?

A pergunta no tom sarcástico de Adoniran Barbosa virou um bordão clássico da publicidade brasileira.

O verso ajudou a vender muita cerveja Antarctica no início dos anos 70 e, ainda hoje, é lembrada pela boêmia experimentada, especialmente daquela que lembra que a Brahma e a Antartica eram concorrentes de primeira grandeza.

Era tudo muito muito bem-humorado, sem mulher pelada e jogadores de futebol. Num dos filmes, a frase sai da boca de uma estátua antes de um orador começar um discurso. É bem bacana

Além da campanha publicitária, o próprio Adoniran compôs em 1972 a marcha Nóis viemos aqui prá quê?, inspirada no mote

Tanto a canção como o filme na TV são ótimos. Abaixo estão os vídeos e as letras das composições.



Domingo fomos todos prestigiar
Uma festa no largo do Bixiga
Ia ser inaugurada a estáuta
Do famoso benemérito Ataliba

Cerveja Antarctica teve para todo mundo
E a raça toda de copo na mão
Se apreparou pra prestar atenção
No discurso do mestre Raimundo

Mas quando ele ia começar
A chimangada toda gelou
Porque em vez do Raimundo falar
Foi a estáuta quem falou:
Vocês vieram aqui pra bebê ou pra conversá?

Cerveja Antarctica, cerveja nossa




Nóis viemos aqui prá quê

Não me amole rapaz
Não me amole
Não me amole
Deixa de conversa mole
Agora não é hora de falá
Nóis viemos aqui
Prá beber ou prá conversá?
Quem gosta de discurso
É orador (é isso aí bixo)
Quem gosta de conversa
É camelô (falou psiu)
Agora não é hora de falá! (o home tá pagando, vamo aproveitá)
Nóis viemos aqui
Prá beber ou prá conversá?
(o que eu combinei foi o seguinte: nóis viemos aqui pra beber e não conversar)

1 de novembro de 2010

A preguiça no crepúsculo


Na quinta retrasada, eu estive em dois grandes bares na mesma noite: o Pirajá e o Genésio. Os dois servem um chope de primeiríssima qualidade, tem uma cozinha bem acima da média e um ambiente excelente. 


Eu e um grupo de amigos bebemos e comemos muito bem na jornada dupla. Só que fomos praticamente expulsos do salão com uma tática que não combina com um boteco que respeita de verdade os seus clientes.

Tanto em um como em outro, os garçons começaram a colocar as cadeiras sobre as mesas enquanto estávamos na ativa. A atitude, além de deselegante, é tão ruim como vender bebida falsificada ou passar a comprar ingrediente de pior qualidade.

O roteiro é velho conhecido de quem gosta de ficar até bem tarde nos bares. Primeiro, os garçons circulam pelas mesas para avisar que a cozinha vai fechar. Certíssimo. Em seguida, vem o aviso de desligamento da chopeira. Justo. A conta chega em seguida, mesmo sem ter sido pedida. OK, com ressalvas.

A partir daí, os garçons não podem ter pressa. Tem de esperar os clientes terminarem a conversa, tomarem a saideira, sem mexer uma agulha no salão. Muito menos levantar as cadeiras sobre a mesa, indicando que já é a hora de embora. 

Não pode! Tem de esperar o ritmo lento, preguiçoso do crepúsculo. Os bebumns já sabem que é hora de embora. Não tá escrito em nenhum lugar, mas ele sabe. Mas ninguém ali tá com pressa. O garçom tem de ficar esperto até todos se levantarem Se for o caso, o gerente tem de criar uma escala para um deles ficar até o último cliente.

Só para registrar que essa falha no serviço ocorre em dezenas dos lugares. Já tive caso de começarem a lavar o salão antes de molhar a goela pela útlima vez! Cito o Pirajá e o Genésio porque tá fresco na mente e são dois lugares na lista dos 20 melhores bares da cidade.