Uma pequena startup americana resolveu concorrer com os táxis e o Uber por um público específico: os motoristas bebuns espalhados pelo mundo afora.
Criado por empreendedores de San Diego, nos Estados Unidos, o Blaxi propõe um serviço diferenciado para quem estiver em bares e festas e tomar mais doses do que o bom senso recomenda antes de pegar o carro. O serviço inclui dois motoristas, um para levar o incauto para casa e outro para dirigir o veículo do cliente até a garagem. A ideia é começar o serviço pelas californianas San Diego, San Francisco e Los Angeles. Como esse pessoal de startups não é bobo nem nada, eles abriram uma conta no Indiegogo para arrecadar 50.000 dólares para empreitada, para a qual estão trabalhando há dois anos. Usam o velho discurso marqueteiro para passar a sacolinha: 'É um serviço que pode fazer diferença no mundo'. No mínimo, é uma proposta curiosa. Os investimentos partem de 25 dólares e vão até 5.000 dólares. O valor máximo garante o uso do serviço por toda a vida -- o que pode ser um bom negócio para quem costuma para quem nunca aprende a beber.
Até agora nenhum time grande de futebol resolveu entrar de verdade no universo das cervejas artesanais, com uma receita de malte, cevada e lúpulo própria e uma estratégia para convencer seus torcedores a experimentar um sabor que representasse o clube. O artista gráfico uruguaio Pablo Canepá resolveu ao menos propor alternativas de rótulos de como vender cerveja com muita elegância -- bem distante do jeito descuidado que a Brahma fez ao colocar distintivos de clubes brasileiros em suas latinhas anos atrás. De seu estúdio em Montevidéu, Canepá criou dezessete embalagens para times de nove países para a série Fútbol Beers.. No Brasil, foram lembrados Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama. Os meus preferidos são o do Vasco, do Peñarol; do Uruguai, e do Real Madrid. A relação completa está disponível na página do artista.
O jornalista carioca Juarez Becoza começa nesta quarta-feira uma aventura de fazer inveja a qualquer um que goste de boteco. Ele parte para uma viagem de pelo menos seis meses para conhecer bares em 120 cidades e mais de quarenta países. A viagem vai dar origem ao livro "A Volta ao Mundo em 80 Bares", com histórias de oito dezenas de estabelecimentos de quatro continentes, se considerarmos as Américas um único bloco. "Sou o Phileas Flogg pós apocalíptico, meio velho, meio bêbado, meio careca, meio barrigudo", descreveu, em referência ao aventureiro imaginado por Julio Verne no clássico da literatura que inspira a empreitada. Juarez é titular há 15 anos da coluna Pé-sujo, de "O Globo", onde conta 'causos' e dá dicas de lugares para comer e beber sem maneirismo nem frescura. Lugares em que qualquer um vai de chinelo de dedo e ninguém dá bola. Como tem medo de avião (ficou traumatizado ao acompanhar os desdobramentos, como repórter, do acidente do Fokker 100 da TAM, em 1996), ele optou por fazer o trajeto apenas de ônibus, trem e navio. Vai começar pelo Uruguai, subir a América do Sul margeando o Pacífico e cruzar o oceano em uma viagem de 30 dias de Seattle a Singapura ('a capital da comida de rua', como descreveu). Antes da Europa, onde pretende embarcar de volta o Rio (ou a nado, se for preciso, brinca), ele promete passar por China, Mongólia, Rússia e Norte da África. O jornalista vai registrar a viagem em um blog na página de "O Globo", em postagens no Facebook e em reportagens para o caderno Boa Viagem, do jornal carioca. Para financiar parte da aventura etílico-gastronômica, Becoza abriu um crowdfunding com o objetivo de arrecadar 10 mil dólares. É possível contribuir de 10 dólares (para ganhar uma foto de um dos bares visitados) até 1.500 dólares, que são recompensados com uma crônica exclusiva para quem fizer a doação. A mais legal, na minha opinião, é a opção de 50 doletas que dá direito ao livro, previsto para ser publicado no segundo semestre de 2016. O endereço para ajudar é https://www.trevolta.com/trips/around-the-world-in-80-bars-29830 Boa viagem, Juarez! Que os Deuses dos botecos, das caipirinhas, das cervejas, das frituras e dos salaminhos estejam ao seu lado.
Uma startup inglesa está promovendo um bar que é um sucesso de marketing antes mesmo de abrir: o ABQ London Trata-se de pop up bar de coquetelaria para o verão londrino que vai funcionar dentro de um trailer. A intenção é reproduzir lá dentro o laboratório de metanfetamina de Walter White de 'Breaking Bad' -- ABQ é a abreviação de Albuquerque, cenário da série de TV. A proposta é fazer os clientes 'cozinharem' seus próprios drinques dentro do veículo, que estará equipado com máscaras de gás, tubos de ensaio e outros equipamentos para lembrar o seriado. Barman vão dar dicas aos frequentadores. Cada viagem dura duas horas e tem capacidade para até 22 pessoas. O ingresso de 30 libras dá direito a dois drinques -- quem quiser beber mais terá a chance de comprar na hora o terceiro, o quarto... Inicialmente, o bar ia funcionar por apenas três meses, com o primeiro tour saindo dia 24 de julho. A enorme procura (mais de 28.000 pessoas se inscreveram em um mês) fez com que a temporada fosse estendida por mais um mês. Só há vagas disponíveis para setembro. Os interessados podem adquirir as entradas no site abqlondon.com
O Whitney Museum of American Art, em Nova York, programou para outubro em sua novíssima sede uma exposição que mostra um pouco da cultura de boteco dos Estados Unidos. A mostra Jazz Age Modernist reúne 42 obras do pintor americano Archibald Motley, um dos expoentes do movimento conhecido por Harlem Renaissance, uma referência à cultura negra americana que ganhou visibilidade a partir do bairro ao norte da ilha de Manhattan. Os 42 quadros mostram como a população negra se divertia nas horas livres: muita música (especialmente jazz e blues), dança e festas nas ruas e em salões. As telas, sempre muito coloridas, expõem sorrisos, gingados, porres, balanços e sons. Organizado pelo Nasher Museum, da Duke University, a exposição vai ocupar as galerias do oitavo andar do espetacular prédio erguido próximo da entrada do parque High Line, nas vizinhanças do West Village. Funcionará de 15 de outubro a 17 janeiro de 2016. Outra opção é ver a mostra no Chicago Cultural Center, na terra natal de Motley, que abriga as telas até 31 de agosto. Confira o vídeo (em inglês) feito para apresentar a exposição: