1 de dezembro de 2007

No tempo da boemia

O cantor Nélson Gonçalves era o principal porta-voz de canções com referência à noite entre os anos 40 e 60 do século XX. Apesar do tom dramática, o bolero "Hoje quem paga sou eu" mostra o bar como ponto de encontro de gente que sofreu por amor.

A letra (sensacional) é de um dos grandes repórteres da revista O Cruzeiro, David Nasser, com música de Herivelto Martins. Leia a poesia abaixo e ouça a interpretação do boêmio, no Rádio UOL

Antigamente, nos meus tempos de ventura,
Quando eu voltava do trabalho para o lar,
Deste bar alguém gritava com ironia
"Entre, mano, o fulano vai pagar".
Havia sempre alguém pagando um trago,
Pelo simples direito de falar.
Havia sempre uma tragédia entre dois copos,
Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar.
Eu sabia que era um estranho neste meio
Um estrangeiro na fronteira deste bar,
Mas bebia, outro pagava, e eu partia
Para o mundo abençoado do meu lar.

Hoje, faço deste bar a sucursal
do meu lar que atualmente não existe.
Tenho minha história pra contar,
Uma história que é igual, amarga e triste.
Sou apenas uma sombra que mergulha,
Num oceano de bebida, o seu passado.
Faço parte dessa estranha confraria
Do conhaque, do vermute e do traçado.
Mas se passa pela rua algum amigo,
Em cuja porta a desgraça não bateu,
Grito que entre, e neste bar beba comigo,
Hoje quem paga sou eu.

2 comentários:

Papyrus disse...

Olá,
a Dado Bier, cervejaria do RS, lançou no mês passado uma cerva com erva-mate. Para qual e-mail eu posso mandar o texto?

att,
Laion

Papyrus disse...

Olá,
a Dado Bier, cervejaria do RS, lançou no mês passado uma cerva com erva-mate. Para qual e-mail eu posso mandar o texto?

att,
Laion (emachado87@gmail.com)