Não tem mais Brahma no Bar Luiz
A notícia deixou apreensivo apreciadores de um dos chopes mais tradicionais do Brasil. O centenário Bar Luiz, no centro carioca, anunciou que vai deixar de servir a bebida da Brahma. De suas chopeiras passam a sair chopes da Sol e da Heineken. É a primeira vez que a choperia vai trocar de marca desde sua inauguração, em 1887.
Uma das proprietárias, Rosana Santos, informou ao site especializado em marketing Blue Bus que a mudança ocorreu porque não estava gostando do tratamento recebido pela Ambev. Muito provavelmente, a verdade é que a Femsa (Skol, Kaiser, Heineken) deve estar investindo um dinheiro para expor suas marcas no mais clássico boteco do Rio de Janeiro.
Muitas dúvidas. As chopeiras serão trocadas? A espuma vai continuar cremosa? A freguesia vai entender a substituição das loirinhas?
Na primeira oportunidade vou lá conferir! Para quem não conhece o boteco, veja um vídeo que encontrei no You Tube.
Cultura de boteco. Histórias, notícias e bobagens do mais democrático dos espaços gastronômicos
18 de novembro de 2008
7 de novembro de 2008
Bares da saudade
Não costumo reproduzir outros autores neste espaço. As exceções são textos clássicos que falam de cultura de boteco e outros temas relacionados ao universo do blog. A crônica abaixo é um deles. É um registro de bares paulistanos das décadas 50 e 60, escrito em 1998 pelo saudoso Marcos Rey para a Vejinha. Vale a pena ler.
Falemos de bares. Respeitosamente. Com o fechamento do Hotel Jaraguá, há semanas, desapareceu também o conhecido bar do Jaraguá, tão festivo nos fins de tarde. Foi o ponto ideal, a casa do meio do caminho, entre o trabalho exaustivo e o regresso ao lar, um dos propagadores da happy hour, a hora feliz, descontraída, dos que torram os miolos nos escritórios. Grande endereço para o xampu das 6. Nunca fui de seus assíduos, mas a notícia me mereceu um minuto de silêncio. Dois, porque mesmo o álcool da nostalgia induz a exageros. Comovo-me quando bares famosos fecham as portas, trocados por um seco "aluga-se". Deveria haver uma cerimônia nessas ocasiões. Discursos, a fala do prefeito, do arcebispo, banda de música, abraços, lágrimas e o último trago.
Os bares refletem a vida da cidade, talvez mais que as igrejas, desculpem... Fixam épocas, ajudam a memorizar fatos e pessoas. A saga da cidade poderia ser contada rememorando seus bares. Que boa idéia! Dói na alma ver um capítulo todo da história paulistana se apagar, porque outro, de nossa própria existência, se apaga com ele. Já passei por onde antes havia um antigo bar, marca alegre de uma rua. Em seu lugar, abriram uma tinturaria. Quase processo o proprietário por... macular um passado histórico.
O sucesso de um bar geralmente é inexplicável, não se sabe como nem por quê. Nunca é conseqüência de uma publicidade bem bolada ou de uma decoração cheia de bossa. Nem mesmo de uma localização favorável. Embora escondidinho, numa portinha acanhada, o freguês o descobre e vota nele. A atração pode ser um tipo de bebida, a cara de um barman, o gostinho de um certo salgadinho, o jeito de servir o chope ou nada. O êxito de um bar não requer explicações. E exatamente como ninguém sabe por que veio, a freguesia um dia qualquer se vai e acabou.
O Paribar, atrás da Biblioteca Pública Municipal, foi um dos nossos bares mais freqüentados. Cheguei a acreditá-lo eterno, um postal da cidade. Lá se servia de tudo, até o papo inteligente de Sérgio Milliet, então o mais refinado dos intelectuais paulistas. Era delicioso sentar-se no Paribar e ver o povo passar. Vi, até, imaginem, duas pessoas que, soube depois, haviam morrido muito tempo antes. Uma tarde marquei lá um encontro com um amigo.
- Espere-me no Paribar às 6.
- O que houve? Esteve muitos anos no exterior?
- Por quê?
- O Paribar fechou há uns dez anos.
Meu primeiro piano-bar foi na Major Diogo, um pequeno prolongamento do Teatro Brasileiro de Comédia, o Nick-bar, título de uma peça de William Saroyan, lá apresentada. Era o reduto da sofisticada geração que se dizia existencialista, discutia Sartre e se recusava a apertar a mão dos adeptos da música caipira. Os artistas de sucesso e jovens intelectuais diziam presente todas as noites. Os cronistas sociais passavam por lá. Estar no Nick podia ser notícia. Com um pouco de sorte sentava-se na mesa ao lado de Tônia Carrero, Maria Della Costa e Cacilda Becker. Vizinhos da fama.
O tom da geração, o estar na moda, ser up to date, era ali, no Nick, onde muita gente tomou uísque pela primeira vez, curtiu a dor-de-cotovelo inaugural e aprendeu que era feio dormir cedo. Devia ser tombado e seus fregueses transformados em figuras de um alegre museu de cera. Mas, atraídos pela imprensa e por um delicioso samba-canção, homenagem de Dick Farney ao bar, foram chegando vândalos, hunos, godos e visigodos. Tomado pelos bárbaros, o vaidoso Nick, dando-lhes uma banana, fechou as portas.
Pouco freqüentei o histórico Bar Viaduto, na Rua Direita, com sua música ao vivo, mas fui visto muitas vezes na Vienense, na Barão de Itapetininga. Confeitaria e bar, de discreta movimentação vespertina, segundo o boêmio Cláudio Curimbaba disfarçava com seus ingênuos violinos, e protetores bancos altos, encontros pecaminosos da tarde, entre o médico e a enfermeira, o professor e a aluna, o juiz e a advogada. Talvez inverdades, mas criava certo clima.
Podia falar também no Mirim e no Lacta, ambos na São Luís, trampolins para o mergulho noturno, no chiquérrimo Arpége, no saudoso Bar do Museu, que se eu não lembrasse ninguém me perdoaria, no Clube dos Artistas, no Barcarola, da Rádio América, o único bar que possuía uma estação de rádio, estabelecimentos onde essa mutante São Paulo já mostrou sua cara. Hoje não existem mais, foram vendidos, desocupados, alugados, transformados, abandonados, derrubados.
Orai por eles.
Não costumo reproduzir outros autores neste espaço. As exceções são textos clássicos que falam de cultura de boteco e outros temas relacionados ao universo do blog. A crônica abaixo é um deles. É um registro de bares paulistanos das décadas 50 e 60, escrito em 1998 pelo saudoso Marcos Rey para a Vejinha. Vale a pena ler.
Falemos de bares. Respeitosamente. Com o fechamento do Hotel Jaraguá, há semanas, desapareceu também o conhecido bar do Jaraguá, tão festivo nos fins de tarde. Foi o ponto ideal, a casa do meio do caminho, entre o trabalho exaustivo e o regresso ao lar, um dos propagadores da happy hour, a hora feliz, descontraída, dos que torram os miolos nos escritórios. Grande endereço para o xampu das 6. Nunca fui de seus assíduos, mas a notícia me mereceu um minuto de silêncio. Dois, porque mesmo o álcool da nostalgia induz a exageros. Comovo-me quando bares famosos fecham as portas, trocados por um seco "aluga-se". Deveria haver uma cerimônia nessas ocasiões. Discursos, a fala do prefeito, do arcebispo, banda de música, abraços, lágrimas e o último trago.
Os bares refletem a vida da cidade, talvez mais que as igrejas, desculpem... Fixam épocas, ajudam a memorizar fatos e pessoas. A saga da cidade poderia ser contada rememorando seus bares. Que boa idéia! Dói na alma ver um capítulo todo da história paulistana se apagar, porque outro, de nossa própria existência, se apaga com ele. Já passei por onde antes havia um antigo bar, marca alegre de uma rua. Em seu lugar, abriram uma tinturaria. Quase processo o proprietário por... macular um passado histórico.
O sucesso de um bar geralmente é inexplicável, não se sabe como nem por quê. Nunca é conseqüência de uma publicidade bem bolada ou de uma decoração cheia de bossa. Nem mesmo de uma localização favorável. Embora escondidinho, numa portinha acanhada, o freguês o descobre e vota nele. A atração pode ser um tipo de bebida, a cara de um barman, o gostinho de um certo salgadinho, o jeito de servir o chope ou nada. O êxito de um bar não requer explicações. E exatamente como ninguém sabe por que veio, a freguesia um dia qualquer se vai e acabou.
O Paribar, atrás da Biblioteca Pública Municipal, foi um dos nossos bares mais freqüentados. Cheguei a acreditá-lo eterno, um postal da cidade. Lá se servia de tudo, até o papo inteligente de Sérgio Milliet, então o mais refinado dos intelectuais paulistas. Era delicioso sentar-se no Paribar e ver o povo passar. Vi, até, imaginem, duas pessoas que, soube depois, haviam morrido muito tempo antes. Uma tarde marquei lá um encontro com um amigo.
- Espere-me no Paribar às 6.
- O que houve? Esteve muitos anos no exterior?
- Por quê?
- O Paribar fechou há uns dez anos.
Meu primeiro piano-bar foi na Major Diogo, um pequeno prolongamento do Teatro Brasileiro de Comédia, o Nick-bar, título de uma peça de William Saroyan, lá apresentada. Era o reduto da sofisticada geração que se dizia existencialista, discutia Sartre e se recusava a apertar a mão dos adeptos da música caipira. Os artistas de sucesso e jovens intelectuais diziam presente todas as noites. Os cronistas sociais passavam por lá. Estar no Nick podia ser notícia. Com um pouco de sorte sentava-se na mesa ao lado de Tônia Carrero, Maria Della Costa e Cacilda Becker. Vizinhos da fama.
O tom da geração, o estar na moda, ser up to date, era ali, no Nick, onde muita gente tomou uísque pela primeira vez, curtiu a dor-de-cotovelo inaugural e aprendeu que era feio dormir cedo. Devia ser tombado e seus fregueses transformados em figuras de um alegre museu de cera. Mas, atraídos pela imprensa e por um delicioso samba-canção, homenagem de Dick Farney ao bar, foram chegando vândalos, hunos, godos e visigodos. Tomado pelos bárbaros, o vaidoso Nick, dando-lhes uma banana, fechou as portas.
Pouco freqüentei o histórico Bar Viaduto, na Rua Direita, com sua música ao vivo, mas fui visto muitas vezes na Vienense, na Barão de Itapetininga. Confeitaria e bar, de discreta movimentação vespertina, segundo o boêmio Cláudio Curimbaba disfarçava com seus ingênuos violinos, e protetores bancos altos, encontros pecaminosos da tarde, entre o médico e a enfermeira, o professor e a aluna, o juiz e a advogada. Talvez inverdades, mas criava certo clima.
Podia falar também no Mirim e no Lacta, ambos na São Luís, trampolins para o mergulho noturno, no chiquérrimo Arpége, no saudoso Bar do Museu, que se eu não lembrasse ninguém me perdoaria, no Clube dos Artistas, no Barcarola, da Rádio América, o único bar que possuía uma estação de rádio, estabelecimentos onde essa mutante São Paulo já mostrou sua cara. Hoje não existem mais, foram vendidos, desocupados, alugados, transformados, abandonados, derrubados.
Orai por eles.
6 de novembro de 2008
Frangos Marítimos
As sardinhas são ingredientes de diversas receitas da culinária portuguesa. Na cozinha de boteco, elas são preparadas abertas, empanadas em farinha. Chegam às mesas uma sobre a outra, em travessa de alumínio. O sabor salgadinho combina maravilhosamente bem com um chope.
No Rio, o mais tradicional ponto de encontro para os admiradores do pescado fica no centrão do Rio, nos 30 metros da Rua Miguel Couto, bem perto da estação de Metrô Uruguaiana.
Ali, no Triângulo das Sardinhas, funcionam cinco pés-sujos que tem as sardinhas crocantes como tira-gostos. O mais tradicional deles é o Ocidental, aberto em 1956. Os outros são O Rei dos Frangos Marítimos, a Adega Quinta das Vieiras, a Quinta do Ouro - O Rei das Sardinhas, o Café Tesouro - Esquina das Sardinhas e o Rei das Batidas.
O cardápio é praticamente o mesmo nas mesas de plásticos espalhadas pela rua. Quando chove, uma lona improvisada é estendida para proteger a galera. Vai lá.
As sardinhas são ingredientes de diversas receitas da culinária portuguesa. Na cozinha de boteco, elas são preparadas abertas, empanadas em farinha. Chegam às mesas uma sobre a outra, em travessa de alumínio. O sabor salgadinho combina maravilhosamente bem com um chope.
No Rio, o mais tradicional ponto de encontro para os admiradores do pescado fica no centrão do Rio, nos 30 metros da Rua Miguel Couto, bem perto da estação de Metrô Uruguaiana.
Ali, no Triângulo das Sardinhas, funcionam cinco pés-sujos que tem as sardinhas crocantes como tira-gostos. O mais tradicional deles é o Ocidental, aberto em 1956. Os outros são O Rei dos Frangos Marítimos, a Adega Quinta das Vieiras, a Quinta do Ouro - O Rei das Sardinhas, o Café Tesouro - Esquina das Sardinhas e o Rei das Batidas.
O cardápio é praticamente o mesmo nas mesas de plásticos espalhadas pela rua. Quando chove, uma lona improvisada é estendida para proteger a galera. Vai lá.
31 de outubro de 2008
Boteco das origens
Uma das teses para a origem dos botecos é a do dono dos armazém de secos e molhados que oferecia um trago para acompanhar o provolone cortesia e animar a conversa com os fregueses assíduos. A centenária Casa Paladino traz um pouco desse espírito informal, no centrão do Rio de Janeiro. Aberto em 1907, o estabelecimento tem, de um lado, prateleiras de vinhos, azeites, queijos e outros matimentos e, de outro, um salão com uma dezena de mesas mal-alinhadas.
Embora necessite de algumas reformas, o lugar tem um clima autêntico de boteco. Até o cardápio em folhas xerocadas conferem o certo charme ao ambiente. O que importa é que o chope segue saboroso e geladíssimo, próprio para o calor carioca. E que o sanduíche misto de queijo prato e copa estava bem recheado. Outras boas pedidas ali são as omeletes de sardinha e de bacalhau.
A Casa Paladino (Rua Uruguaiana, 224/226, centro, Rio) abre até às 20h30 de segunda a sexta e até o meio-dia aos sábado.
Abaixo um vídeo do bar encontrado no Youtube:
Uma das teses para a origem dos botecos é a do dono dos armazém de secos e molhados que oferecia um trago para acompanhar o provolone cortesia e animar a conversa com os fregueses assíduos. A centenária Casa Paladino traz um pouco desse espírito informal, no centrão do Rio de Janeiro. Aberto em 1907, o estabelecimento tem, de um lado, prateleiras de vinhos, azeites, queijos e outros matimentos e, de outro, um salão com uma dezena de mesas mal-alinhadas.
Embora necessite de algumas reformas, o lugar tem um clima autêntico de boteco. Até o cardápio em folhas xerocadas conferem o certo charme ao ambiente. O que importa é que o chope segue saboroso e geladíssimo, próprio para o calor carioca. E que o sanduíche misto de queijo prato e copa estava bem recheado. Outras boas pedidas ali são as omeletes de sardinha e de bacalhau.
A Casa Paladino (Rua Uruguaiana, 224/226, centro, Rio) abre até às 20h30 de segunda a sexta e até o meio-dia aos sábado.
Abaixo um vídeo do bar encontrado no Youtube:
28 de outubro de 2008
Templo do chope
Nada como tomar um chopinho no Bar Léo às três da tarde de uma terça-feira. Esse foi um dos meus programas nas duas semanas de folga do trabalho - tão revigorantes que me motivaram a atender ao pedido dos amigos e voltar aqui pro blog.
Aberto em 1940, o bar segue mantendo a impecável qualidade no chope que o consagrou. A bebida chega à mesa com um colarinho espesso, cremoso, geladinho. Os senhores da mesa ao lado gostam tanto da espuma que só pediam um 'leitinho', ou seja, uma caldereta apenas com o líquido na pressão.
Cheguei tarde para a rabada do almoço, servido apenas até às 15h. Então pedi para acompanhar uma porção mista de canapés de rosbife e rococó (copa e gorgonzola), ainda preparada pelo seu Luiz, que trabalha há mais de 40 anos ali. Estavam ótimos.
A choperia fica na região central de São Paulo, na Rua Aurora, uma travessa da Santa Efigênia, rua comercial especializada em eletrônico. No meio da tarde, mesas e apoios para copos na calçada estavam livre. O movimento aumentou bastante na aproximação da happy hour, mas nada comparável com a superlotação dos sábados que costuma ocorrer aos sábados.
O Bar Léo, nunca é demais lembrar, fecha às 20h30 de segunda a sexta, às 16h30 aos sábados, e não abre aos domingos.
Nada como tomar um chopinho no Bar Léo às três da tarde de uma terça-feira. Esse foi um dos meus programas nas duas semanas de folga do trabalho - tão revigorantes que me motivaram a atender ao pedido dos amigos e voltar aqui pro blog.
Aberto em 1940, o bar segue mantendo a impecável qualidade no chope que o consagrou. A bebida chega à mesa com um colarinho espesso, cremoso, geladinho. Os senhores da mesa ao lado gostam tanto da espuma que só pediam um 'leitinho', ou seja, uma caldereta apenas com o líquido na pressão.
Cheguei tarde para a rabada do almoço, servido apenas até às 15h. Então pedi para acompanhar uma porção mista de canapés de rosbife e rococó (copa e gorgonzola), ainda preparada pelo seu Luiz, que trabalha há mais de 40 anos ali. Estavam ótimos.
A choperia fica na região central de São Paulo, na Rua Aurora, uma travessa da Santa Efigênia, rua comercial especializada em eletrônico. No meio da tarde, mesas e apoios para copos na calçada estavam livre. O movimento aumentou bastante na aproximação da happy hour, mas nada comparável com a superlotação dos sábados que costuma ocorrer aos sábados.
O Bar Léo, nunca é demais lembrar, fecha às 20h30 de segunda a sexta, às 16h30 aos sábados, e não abre aos domingos.
25 de julho de 2008
Juventude no centro - e apoio dos amigos
Nada como bons amigos para garantir conteúdo de qualidade para esse espaço. Muitos deles mandam e-mails cobrando a ausência de posts - o que me traz orgulho e faz eu ter um carinho especial pelo Bares e Futilidades. A Rachel Sciré fez mais: escreveu uma resenha contando como funciona a recém-inaugurada extensão do Bar Brahma. O lugar tem tudo para atrair bom público. Agora, são grandes as chances dos três violinistas que tocaram ali por décadas, até o início dos anos 90, devem estar se revirando no túmulo por causa do repertório. Aí vai:
O Bar Brahma está rejuvenescendo, junto com o centro de São Paulo. Localizada no cruzamento mais cantado da MPB, a casa inaugurou um outro espaço, batizado de Esquina da MPB (veja o site).
O puxadinho tem decoração moderna, dos sofás às telas de plasma, que exibem shows, documentários e entrevistas. O destaque fica para o painel de retratos (todos em preto-e-branco) de ícones da música brasileira, já que o local pretende receber novos talentos.
É uma boa opção para a galera sair dos circuitos de balada e conferir o centro da cidade. Dá para curtir a vista de uma das mesinhas na fachada do bar, ou do mezanino envidraçado, que também garante a visão para o mini-palco no térreo.
Ali, às sextas-feiras, a Muda Cultural promove a “Festa do Samba”. A julgar pela forma como o grupo “Nova Versão” empolgou os freqüentadores, com versões de sambas conhecidos, será fácil atrair os jovens ao local. Ainda mais com promoção para estudantes universitários: entrada a R$ 10,00, com direito a um chopp. O couvert é R$ 20,00.
O espaço novo é separado do ambiente antigo (com pé direito alto, iluminação baixa e um público mais velha-guarda) apenas por uma porta de vidro. É possível transitar pelos dois para conhecer, mas se preferir assistir aos shows clássicos, como o do cantor Jair Rodrigues, o valor cobrado é outro.
Nada como bons amigos para garantir conteúdo de qualidade para esse espaço. Muitos deles mandam e-mails cobrando a ausência de posts - o que me traz orgulho e faz eu ter um carinho especial pelo Bares e Futilidades. A Rachel Sciré fez mais: escreveu uma resenha contando como funciona a recém-inaugurada extensão do Bar Brahma. O lugar tem tudo para atrair bom público. Agora, são grandes as chances dos três violinistas que tocaram ali por décadas, até o início dos anos 90, devem estar se revirando no túmulo por causa do repertório. Aí vai:
O Bar Brahma está rejuvenescendo, junto com o centro de São Paulo. Localizada no cruzamento mais cantado da MPB, a casa inaugurou um outro espaço, batizado de Esquina da MPB (veja o site).
O puxadinho tem decoração moderna, dos sofás às telas de plasma, que exibem shows, documentários e entrevistas. O destaque fica para o painel de retratos (todos em preto-e-branco) de ícones da música brasileira, já que o local pretende receber novos talentos.
É uma boa opção para a galera sair dos circuitos de balada e conferir o centro da cidade. Dá para curtir a vista de uma das mesinhas na fachada do bar, ou do mezanino envidraçado, que também garante a visão para o mini-palco no térreo.
Ali, às sextas-feiras, a Muda Cultural promove a “Festa do Samba”. A julgar pela forma como o grupo “Nova Versão” empolgou os freqüentadores, com versões de sambas conhecidos, será fácil atrair os jovens ao local. Ainda mais com promoção para estudantes universitários: entrada a R$ 10,00, com direito a um chopp. O couvert é R$ 20,00.
O espaço novo é separado do ambiente antigo (com pé direito alto, iluminação baixa e um público mais velha-guarda) apenas por uma porta de vidro. É possível transitar pelos dois para conhecer, mas se preferir assistir aos shows clássicos, como o do cantor Jair Rodrigues, o valor cobrado é outro.
30 de maio de 2008
20 de maio de 2008
Tradição gráfica
Poucas aperitivos têm tanta história como o licor francês Bénédictine. A bebida teria sido inventada por um monge beneditino no século 16. A receita de 27 ervas, dos quatro cantos do mundo, foi redescoberta em 1863 por Alexandre Le Grand. Em menos de dez anos, saiam da fábrica em Fécamp, na Normandia, uma produção anual de 150.000 garrafas.
O marketing era o forte de Le Grand. Em 1882, ele mandou erguer uma construção em estilo gótico, um palácio-museu, que marcou a paisagem da cidade e segue como ponto turístico da localidade. Outra idéia sua foi a contratação de artistas para criar cartazes de divulgação do drinque. Os pôsteres ficaram tão identificados com a marca que os executivos do final do século 20 encomendaram uma nova coleção. Conheça alguns deles, um de ontem e quatro da geração atual.
Poucas aperitivos têm tanta história como o licor francês Bénédictine. A bebida teria sido inventada por um monge beneditino no século 16. A receita de 27 ervas, dos quatro cantos do mundo, foi redescoberta em 1863 por Alexandre Le Grand. Em menos de dez anos, saiam da fábrica em Fécamp, na Normandia, uma produção anual de 150.000 garrafas.
O marketing era o forte de Le Grand. Em 1882, ele mandou erguer uma construção em estilo gótico, um palácio-museu, que marcou a paisagem da cidade e segue como ponto turístico da localidade. Outra idéia sua foi a contratação de artistas para criar cartazes de divulgação do drinque. Os pôsteres ficaram tão identificados com a marca que os executivos do final do século 20 encomendaram uma nova coleção. Conheça alguns deles, um de ontem e quatro da geração atual.
19 de maio de 2008
Rola-bola no Bar da Cida
Eis o nome e a imagem do petisco vencedor do mais tradicional concurso de gastronomia de boteco, em Belo Horizonte. O 9º Comida di Buteco teve 41 concorrentes, dez a mais do que as edições anteriores. Detalhe: muita comida e pouco bolinho, ao contrário do que costuma ser a tônica na similar disputa paulistana.
Delícia do Bar da Cida (Rua Numa Nogueira, 287, Floramar, tel. (31) 3434-8715), claro, o tira-gosto traz almôndegas, batatinhas e fatias de pão - essencial para "móia" até o fim o molho da casa. O Bar da Cida, de quebra, também beliscou o título 2008 de melhor torresmo de BH.
O segundo colocado do concurso, que realizou a Festa da Saideira no domingo, 18 de maio, foi o Bar do Zezé (Rua Pinheiro Chagas, 406, Barreiro de Baixo, tel. (31) 3384-2444) e seu petisco rabo apertado, um virado de jiló com rabinho de porco e lombo (foto aqui embaixo). Encerra o pódio o pecado original, conserva de lagarto temperado e desfiado com petisco de maçã condimentada, do Agosto Butiquim (Rua Esmeralda, 298, Prado, tel. (31) 3337-6825).
16 de maio de 2008
Jô botequeiro
O Programa do Jô recebeu nesta semana o escritor Nirlando Beirão para falar de bares e drinques. Bebericando um belini, Beirão falou sobre curiosidades da boemia, tema de seu recém-lançado livro Original - Histórias de um bar comum.
Uma delas diz respeito à boa-de-copo poetisa americana Dorothy Parker, que teria dito nos animados soirées da intectualidade novaiorquina nos anos 20 uma frase ótima para a série para refletir no final de semana: "Eu adoro um martini. No máximo dois. No terceiro, já estou debaixo da mesa. No quarto, estou embaixo do dono do bar."
Só uma correção. O entrevistado diz que o Bar do Elias encerrou suas atividades. Só que o bar foi reaberto no final de 2007 em novo endereço, também pertinho do Palmeiros, sob a batuta do filho do velho palestrino Elias.
Ps: a entrevista está dividida em duas partes.
O Programa do Jô recebeu nesta semana o escritor Nirlando Beirão para falar de bares e drinques. Bebericando um belini, Beirão falou sobre curiosidades da boemia, tema de seu recém-lançado livro Original - Histórias de um bar comum.
Uma delas diz respeito à boa-de-copo poetisa americana Dorothy Parker, que teria dito nos animados soirées da intectualidade novaiorquina nos anos 20 uma frase ótima para a série para refletir no final de semana: "Eu adoro um martini. No máximo dois. No terceiro, já estou debaixo da mesa. No quarto, estou embaixo do dono do bar."
Só uma correção. O entrevistado diz que o Bar do Elias encerrou suas atividades. Só que o bar foi reaberto no final de 2007 em novo endereço, também pertinho do Palmeiros, sob a batuta do filho do velho palestrino Elias.
Ps: a entrevista está dividida em duas partes.
12 de maio de 2008
Bar pentacampeão!
É muito bacana freqüentar um bar com vista para um estádio de futebol, como acontece nos Estados Unidos e na Europa. Os paulistanos terão a chance de curtir um programa deste tipo em julho, com a inauguração do Santo São Paulo Bar.
É muito bacana freqüentar um bar com vista para um estádio de futebol, como acontece nos Estados Unidos e na Europa. Os paulistanos terão a chance de curtir um programa deste tipo em julho, com a inauguração do Santo São Paulo Bar.
Com capacidade para 350 pessoas, o bar-restaurante fica dentro do Estádio do Morumbi, no lugar onde ficava anteriormente uma das gerais. Funcionará de quarta a domingo, de dia e de noite, mesmo em dias de jogos - ou seja, oportunidade única no país em ver uma partida ao vivo, do lado do gramado, de dentro de um boteco. Nada de definições, por enquanto, sobre preços e esquema de funcionamento.
O cardápio vai trazer petiscos, lanches, pratos rápidos... O acordo de exclusividade com a FEMSA vai limitar bastante a variedade de cervejas. Uma pena.
9 de maio de 2008
Mercado restrito
Mais um projeto brasileiro de cerveja artesanal corre o risco de perder a qualidade. Depois da Baden Baden, de Campos do Jordão, e da carioca Devassa, chegou a vez da catarinense Eisenbahn ser comprada pelo Grupo Schincariol. O negócio envolveu cerca de R$ 80 milhões.
Surgida em 2002, a cervejaria de Blumenau montou um portfólio com treze produtos, de diferentes sabores e gradações alcoólicas - a foto é de sua marca premium, a Lust, 11,5% de álcool, primeira brasileira produzida pelo método champenoise, para ser degustado em um copo de champanhe.
Nada contra a Nova Schin, que sem dúvida fez uma boa compra, especialmente num cenário favorável a marcas premium. Mas o fato é que o ganho de escala quase sempre afeta o sabor da cerveja - normalmente para pior. Um caso clássico é como a ex-ótima Xingu caiu de qualidade após ser adquirida pela Kaiser.
A dica, portanto, é aproveitar bastante durante 2008 para aproveitar os tipos de Eisenbahn feitos ainda com o empenho de um empreendimento que leva muito a sério a qualidade. E acompanhar de perto, como consumidores, para que a gigante de Itu mantenha o nível mesmo após os investimentos para o aumento de produção. Tomara que dê certo.
6 de maio de 2008
Europa, depois da meia-noite
Uma série de reportagens na seção Viagem do New York Times (veja aqui) traz um panorama de como é a noitada depois da meia-noite em dez cidades da Europa: Atenas, Barcelona, Berlim, Copenhagem, Lisboa, Londres, Moscou, Paris, Praga e Veneza. O Uol traduziu os textos e organizou uma galeria das imagens reunidas disponibilizadas no NYT.
Sobram curiosidades neste breve panorama da boemia européia. O bar acima, por exemplo, é o nonagenário Bo-bi Bar, em Copenhagem, na Dinamarca. No cardápio, apenas três itens para comer, um deles o prosaico ovo cozido. "São um ótimo alimento quando você está bêbado", ensina o barman Nanna Sarauw. "Eles botam as pessoas em pé." É só testar.
Uma série de reportagens na seção Viagem do New York Times (veja aqui) traz um panorama de como é a noitada depois da meia-noite em dez cidades da Europa: Atenas, Barcelona, Berlim, Copenhagem, Lisboa, Londres, Moscou, Paris, Praga e Veneza. O Uol traduziu os textos e organizou uma galeria das imagens reunidas disponibilizadas no NYT.
Sobram curiosidades neste breve panorama da boemia européia. O bar acima, por exemplo, é o nonagenário Bo-bi Bar, em Copenhagem, na Dinamarca. No cardápio, apenas três itens para comer, um deles o prosaico ovo cozido. "São um ótimo alimento quando você está bêbado", ensina o barman Nanna Sarauw. "Eles botam as pessoas em pé." É só testar.
2 de maio de 2008
Rambla paulistana
Tá bom, tá bom, é exagero. Mas está em discussão na Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), da Prefeitura de São Paulo, um projeto para tornar mais agradável a boemia da Vila Madalena, tendo como eixo as ruas Aspicuelta e Wisard. Nestas duas vias e em suas paralelas estão alguns dos botecos mais bacanas do bairro, como o Salve Jorge (foto)de suas mesas na calçada), o São Cristovão, o Empanadas, o Filial...
Quem está por trás da proposta é a cervejaria Ambev, que promete investir R$ 3,5 milhões em troca, claro, de expor suas marcas em totens espalhados pela balada. A idéia é alargar as calçadas, aterrar os fios, instalar os totens com mapas da região, bancos de madeira e proteção das árvores, entre outras melhorias. Podia também incluir uma proibiação das dezenas de manobristas que atrapalham o trânsito e um bolsão de estacionamento para todos estacionarem seus carros com segurança e ser intimidados por flanelinhas. Alguma outra sugestão?
Tá bom, tá bom, é exagero. Mas está em discussão na Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU), da Prefeitura de São Paulo, um projeto para tornar mais agradável a boemia da Vila Madalena, tendo como eixo as ruas Aspicuelta e Wisard. Nestas duas vias e em suas paralelas estão alguns dos botecos mais bacanas do bairro, como o Salve Jorge (foto)de suas mesas na calçada), o São Cristovão, o Empanadas, o Filial...
Quem está por trás da proposta é a cervejaria Ambev, que promete investir R$ 3,5 milhões em troca, claro, de expor suas marcas em totens espalhados pela balada. A idéia é alargar as calçadas, aterrar os fios, instalar os totens com mapas da região, bancos de madeira e proteção das árvores, entre outras melhorias. Podia também incluir uma proibiação das dezenas de manobristas que atrapalham o trânsito e um bolsão de estacionamento para todos estacionarem seus carros com segurança e ser intimidados por flanelinhas. Alguma outra sugestão?
25 de abril de 2008
Bar é cultura, sim senhor
Este belo livro é para acabar de vez com qualquer dúvida sobre a força cultural dos botecos. Escrito pelo Nirlando Beirão, Original - Histórias de um bar comum traz informações preciosas sobre o universo da boemia. O texto requintado, fácil de ler, combina com a edição caprichada da DBA.
O ótimo bar paulistano, dono de um chope nota 10, é apenas uma boa desculpa para contar histórias divertidas a respeito de bares famosos - do Elídio, na Mooca, ao Harry's, em Veneza. No último capítulo, de dar àgua na boca, receitas de comidinhas servidas no Original. Tem o buraco quente, o delícias de milanesa, o escondidinho de carne-seca...
Mais informações sobre a publicação estão disponíveis no http://www.paginasdaboemia.com.br/
Este belo livro é para acabar de vez com qualquer dúvida sobre a força cultural dos botecos. Escrito pelo Nirlando Beirão, Original - Histórias de um bar comum traz informações preciosas sobre o universo da boemia. O texto requintado, fácil de ler, combina com a edição caprichada da DBA.
O ótimo bar paulistano, dono de um chope nota 10, é apenas uma boa desculpa para contar histórias divertidas a respeito de bares famosos - do Elídio, na Mooca, ao Harry's, em Veneza. No último capítulo, de dar àgua na boca, receitas de comidinhas servidas no Original. Tem o buraco quente, o delícias de milanesa, o escondidinho de carne-seca...
Mais informações sobre a publicação estão disponíveis no http://www.paginasdaboemia.com.br/
23 de abril de 2008
15 de abril de 2008
Estômago saciado
Quem gosta de coisinhas gostosas para comer tem de assistir o filme Estômago, que estreou na semana passada. O protagonista é um paraibano com mão boa para cozinha. Seu talento transformou a coxinha de um boteco no centrão de São Paulo, rendeu o convite para trabalhar em um restaurante italiano e proporcionou um monte de privilégios na cadeia. Veja dois trailers da fita.
Quem gosta de coisinhas gostosas para comer tem de assistir o filme Estômago, que estreou na semana passada. O protagonista é um paraibano com mão boa para cozinha. Seu talento transformou a coxinha de um boteco no centrão de São Paulo, rendeu o convite para trabalhar em um restaurante italiano e proporcionou um monte de privilégios na cadeia. Veja dois trailers da fita.
14 de abril de 2008
Não se perca nas bebedeiras - nem nas desculpas
A cada volta, eu tenho de pedir desculpas aos leitores. Volto a atualizar o blog após um verão e alguns dias de ausência. A intenção, como sempre, é manter o empenho, pelo menos a cada dois ou três dias sempre com novidades etílicas e dos bares da vida.
Recomeço com um link que pesquei na web com uma loooooooooooooooooooonga relação de plaquinhas de banheiros em restaurantes e botecos de diversos lugares do mundo. É um manual para ninguém entrar sem querer no banheiro do sexo oposto -- só querendo!! :-) Vai lá: http://toiletsigns.blogspot.com/
A cada volta, eu tenho de pedir desculpas aos leitores. Volto a atualizar o blog após um verão e alguns dias de ausência. A intenção, como sempre, é manter o empenho, pelo menos a cada dois ou três dias sempre com novidades etílicas e dos bares da vida.
Recomeço com um link que pesquei na web com uma loooooooooooooooooooonga relação de plaquinhas de banheiros em restaurantes e botecos de diversos lugares do mundo. É um manual para ninguém entrar sem querer no banheiro do sexo oposto -- só querendo!! :-) Vai lá: http://toiletsigns.blogspot.com/
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