12 de novembro de 2013

O clássico Pirandello, por Ignacio de Loyola Brandão


Antonio Maschio e Waldimir Soares, responsáveis pelo Spazio Pirandello. FOTO: Arquivo/Estadão
O Pirandello foi um ícone da noite paulistana nos anos 1980. Era ponto de encontro de artistas e intelectuais na rua Augusta para o lado do centro. O escritor Ignacio de Loyola Brandão escreveu este belo texto no Estadão - e eu reproduzo aqui para registrar a história do bar pela pena de quem tomou umas e outras em suas mesas.

"Te encontro à noite no Pirandello", era a combinação usual. Aliás, o bar só abria à noite. Seria bar? Ou era um estado de espírito, para usar um clichê afetivo? De mítico, tornou-se lendário. Havia pessoas que ligavam: indo a São Paulo, você me leva ao Pirandello? Lugar encantado e encantador. Levar alguém significava um bom início de noite. Promissor, para quem quer que fosse, homem ou mulher, ou todas tendências, escolhas. Difícil resistir, ganhávamos mais milhas do que uma viagem ao redor de mundo nas empresas aéreas de hoje. Mas o que tinha o Pirandello de tão especial, diferente? Nada e tudo. Teve gente que entrou e dizia: mas é isso? Ao sair, reconhecia: nunca pensei que fosse tudo isso!

O Pirandello era um bar, restaurante antiquário, brechó, livraria, clube privê onde todos eram sócios, sala de visitas da minha, da sua, da casa de todos nós, ponto de encontro, lounge (para usar termo moderno), sala vip. Tinha um estilo de decoração? Tinha, não sei qual. As coisas seguiam ao sabor do que havia disponível, mudavam quadros, estatuetas, bibelôs, abajures, espelhos, lustres, vasos, ora estávamos num ambiente art-deco, ora art-nouveau, ou barroco, clean, modernista. E o que era modernista?

Tédio não havia. Nem repetição. Nem bom ou mau gosto. Havia o Pirandello onde se chegava cedo para achar lugar. Quem chegava ficava e não se via cara feia, nem garçom rondando a mesa terminado o jantar, querendo estender a conta. Ou estarei dourando a pílula? Ou, se houvesse tais inconvenientes tão normais hoje, não me lembro, não ligava, pouco me importava. Se houvesse livro de ponto, vocês veriam que foram poucas as minhas faltas. Poucas as faltas de todo mundo. Quem era todo mundo? Escritores, jornalistas, artistas, pintores, diretores de teatro e cinema, economistas, publicitários, desocupados, fazendeiros, portuários, normalistas, livreiros, guarda-livros, bancários, banqueiros, alfaiates, arquitetos, advogados, agrônomos, modelos, penetras. Descolados e caretas.

Quis sempre a mesa que dava para a escada que descia ao andar inferior (porão, ou subsolo), onde Anaelena, Cristina e Patricia abriram uma filial da Capitu, a livraria onde as coisas aconteciam. Capitu e Pirandello eram como que irmãos siameses, um extensão do outro. No salão tínhamos visão total das mesas e os espelhos auxiliavam na paquera, colocados estrategicamente, refletindo todos os ângulos, segundo a arguta redatora de publicidade Lu Franco.

Quem juntava gente como Paulo Caruso, fidelíssimo, Caio Fernando Abreu, Joyce Cavalcanti, Mario Prata, Ivan Angelo, Raduan Nassar (acreditem, eu o vi lá), Washington Olivetto, Ruth Escobar, Lina Wertmüller, Jô Soares, Fernando Henrique Cardoso, Eder Jofre, Pedro Herz, Marcos Rey, Lygia Fagundes Telles, Ricardo Carvalho, Elba Ramalho, Sandra Pera, Lennie Dale, Raul Cortez, Paulo Autran, Karin Rodrigues, Walter Hugo Khoury, Anselmo Duarte, Paulo Bonfim, Antunes Filho, Ana Maria Martins, Ricardo Ramos (um que faz muita falta), que, certa vez, levou o retrato de seu pai, Graciliano, pintado por Portinari para uma exposição e o retrato ficou meses na parede. Jantei olhando para ele muitas noites.

Luis Fernando Verissimo esteve lá quando a Capitu fez uma exposição sobre o Érico. Chegou tímido e o Maschio, louco como sempre, a falar agitado, queria porque queria um boné do Érico para pôr sobre uma máquina de escrever que estava no 'cenário'. As meninas da Capitu já tinham conseguido originais e desenhos do pai de Luis Fernando. Mas boné? Não havia. Maschio não hesitou, pegou um boné dele mesmo e disse pro mundo que era do Érico.

Quem colocava as pessoas mais diferentes num mesmo lugar, divertindo-se naquele final dos anos 70, inicio dos 80, tempo de ditadores, censores, inflação alta, overnight, em que se falava de anistia, em que dançar era ter entrado pelo cano e chocante, maneiro, porreta, joia, estou contigo e não abro eram gírias e expressões do cotidiano? Tempo das Frenéticas, do Tititi, dos Dzi Croquetes, de Porcina, Hulk, do saque de vôlei viagem às estrelas, de Malu Mader e de Malu Mulher? Uma frase de Oscar Wilde poderia estar sobre o portão de entrada: "A vida é muito importante para ser levada à sério". Ultrapassávamos o portãozinho de ferro, percorríamos um corredor de ladrilhos hidráulicos e estávamos dentro.

Quem comandava aquela nau de insensatos? Maschio e Wladimir Soares, inseparáveis como o Gordo e o Magro, Tom e Jerry, como os Três Patetas, os irmãos Marx, os policiais rodoviários Chips, o senhor Roarke (Ricardo Montalban) e o anão Tatoo (Hervé Villachaizel), a Gata e o Rato, Ziraldo e o menino maluquinho. Wladi com seu chapéu coco e seu bigodinho Carlitos, Maschio surpreendendo com fantasias diversas, mas podíamos reconhecê-lo pelo riso escancarado, debochado. Nunca o vi de cara amarrada, nem para baixo, de mau humor. Sempre alto astral, mesmo quando soube do câncer que terminaria com ele.

Desde os tempos em que fazia patês maravilhosos que os amigos consumiam e que o sustentaram por anos, Maschio iluminou a cena paulistana. Iluminou no sentido integral, à frente do Pirandello ou funcionando como um pião naquilo que hoje se chama rede social, fazendo conexões para manifestos contra o regime, a favor das Diretas Já, ou promovendo leilões beneficentes. Certa noite ali vi Ulisses Guimarães e dona Mora comendo o famoso Frango a Isadora Duncan, prato chefe, que saía da cozinha em linha de produção esmerada. Naquele tempo, apesar de tudo, acreditávamos naquele jingle de uma calça jean, a US Top: "Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada". A certa altura, já fechado o Pirandello, Maschio sobreviveu vendendo tudo o que tinha. Ou promovendo jantares inesquecíveis pelo cardápio e pela elegância da mesa. Semana passada Maschio se foi aos 66 anos. Muito cedo para morrer. Qualquer idade é cedo para morrer.

Maschio foi um dos símbolos de uma São Paulo que, como parte de um Brasil sufocado, cantava com as Frenéticas o tema da novela Dancing'Days: "Abra suas asas/ solte suas feras/ caia na gandaia/ entre nessa festa".

2 de outubro de 2013

Mais uma gringa no Brasil: a holandesa Hertog Jan


A Ambev vai importar mais uma cerveja do riquíssimo portfólio de mais de 200 marcas da AB inbev. A escolhida da vez é a Hertog Jan, fabricada na cidadezinha holandesa de Arcen.

Seu nome é homenagem ao duque dom João I de Brabante (Hertog é duque em holandês), um príncipe feudal do século XIII conhecido por seus filhos ilegítimos e um dos possíveis inspiradores do personagem Gambrinus, o patrono não oficial da cerveja.

Aqui no Brasil serão comercializadas as versões Dubbel (feita com malte torrado escuro, malte de trigo, açúcar de cerveja e corante caramelo), Tripel (de coloração dourada escura e graduação alcoólica de 8,5%) e a Grand Prestige (escura, mais conhecida como ‘vinho de cevada’ por seu aroma frutado e com teor alcoólico de 10%).

As garrafinhas de 500 mililitros estão à venda pela internet no www.emporiodacerveja.com.br, site de comércio eletrônico da própria Ambev.  Cada uma custa 30 reais.

Em 2013, a Ambev trouxe também para o Brasil a versão rosée da belga Hoegaarden e a alemã Spaten Oktoberfest. O conjunto de importados da empresa inclui também a belga Leffe (a melhor delas!), a alemã Franziskane, a argentina Quilmes e a uruguaia Norteña.

1 de outubro de 2013

Stan Laurel engarrafa vinho. E enche a cara

A onda atual de fabricar a própria cerveja em casa esbarra em uma tentação: a de encher a cara antes mesmo da bebida descansar na garrafa. Uma cena de 'O Gordo e O Magro' mostra o que pode ocorrer quando um mestre-cervejeiro atrapalhado se esforça para a última fase do processo de fabricação e se rende antes de completar a tarefa. Stan Laurel se enrola com a mangueira e fica bêbado antes de encerrar o serviço. Confira o engraçadíssimo vídeo:


30 de setembro de 2013

Aperol spritz quer seduzir os brasileiros

Cartaz da década de 1990 de autoria de Lorenzo Mattotti

Bares paulistanos vão ganhar um ar europeu neste verão. Pelo menos é essa a expectativa do pessoal de marketing da Campari ao apresentar um projeto para convencer os brasileiros a experimentar (e beber muitos) o drinque aperol spritz.

O coquetel tem o leve amargor do Aperol, bitter criado em 1919 em Padova, na região italiana do Vêneto, e comprado pela Campari em 2003. Sua marca registrada é a coloração alaranjada. Com 11º de teor alcoólico, a bebida é uma infusão de ruibarbo, genciana, quina e outros ingredientes.

Completam a receita (facílima de preparar) espumante, água com gás (o spritz, vindo do alemão) e muito gelo. Para ninguém errar, a receita vem na embalagem do aperitivo.

O coquetel tem seu charme. Ele foi escolhido em 2011 pelo ‘The New York Times’ como a bebida do verão na Europa. O visual cor de laranja, a leveza do espumante e sabor suave contribuem para atrair as mulheres – os paladares masculinos experientes vão continuar preferindo um bom negroni com Campari.

O primeiro passo da Embaixada Aperol Spritz, nome do projeto, é ensinar barmen a preparar o coquetel da maneira adequada, mostrando alguns segredinhos. Serão onze estabelecimentos 'certificados' em São Paulo até o fim do ano. O plano é incluir Rio de Janeiro e Florianópolis no roteiro no ano que vem. A responsável pela tarefa de difundir o aperol spritz é da bartender Talita Simões.

Assim como outras bebidas italianas, cartazes serviram de ferramenta de propaganda. Confira alguns deles.








25 de setembro de 2013

Oktoberfest: 7.100.000 litros de cerveja em 16 dias



São impressionantes os números da Oktoberfest de Munique, na Alemanha, que começou em 21 de setembro e vai até 6 de outubro. Confira

A maior festa de cerveja do mundo vende 7.100.000 litros de cerveja

Para contrabalançar o álcool, o público manda para dentro 69.000 joelhos de porco e 119.000 salsichas e 505.000 frangos

Ajudam a reduzir a bebedeira 245.000 litros de café ou chá

Os pobres de espírito bebem 151.000 litros de cerveja sem álcool e 514.000 litros de água ou limonada.

Ao todo, os 64.000.000 de visitantes gastam 830.000.000 de euros e deixam para trás 678 toneladas de lixo

12.000 pessoas trabalham nos 14 pavilhões para garantir a festa

Como é preciso tirar água do joelho para beber mais, os organizadores disponibilizam 980 banheiros.

(os números representam a média dos últimos anos. fonte: revista de bordo da United Airlines)

19 de setembro de 2013

Beer Experience: bom para curtir, ruim para cervejar


O Beer Experience é prova do enorme interesse dos brasileiros por cervejas especiais. Depois de duas edições paulistanas em espaços limitados, os organizadores levaram o evento pela primeira vez para um lugar nobre: a Bienal do Parque do Ibirapuera. A expectativa é receber 20 mil visitantes nos três dias de festa em São Paulo, que ocorre de 27 a 29 de setembro. Além disso, o festival desembarcará no Rio de Janeiro na primeira semana de outubro em Brasília em novembro

A promessa, pelo menos na terra bandeirante, é servir mais de 500 rótulos do Brasil e de outros países (Estados Unidos, Bélgica e Alemanha, entre eles). A oferta inclui receitas das cervejarias Colorado, Way, Karavelle, Bamberg, Brooklyn, Da Backer, Duvel, Coruja e Dama Bier – o site oficial, pelo menos até hoje, não traz a lista completa das bebidas que poderão ser degustadas. O preço está lá: as doses serão vendidas de 4 a 200 reais

A balada no Ibira abrange pratos criados por chefs de cozinha, harmonização, uma área exclusiva para cervejas de bandas de rock, uma loja temática e um grande show por noite. As atrações musicais são os roqueiros do Matanza, na sexta; Seu Jorge, no sábado, e Demônios da Garoa, no domingo.  No Rio, foram escalados Seu Jorge e Teresa Cristina. .

As apresentações servem de justificativa para cobrar entrada de até 90 reais (até 240 reais para quem quiser se esbaldar de cerveja Karavelle até dizer chega), um valor absurdamente alto para um festival de proposta cervejeira. O ingresso dá direito a um copo e a um chope da Brooklyn Brewery – o que convenhamos não é nenhuma novidade para quem se interessa um pouquinho mais pelo assunto.

Moral da história: vale pelo astral, para cruzar com gente que conhece do assunto, mas se quiser mesmo curtir uma cerveja sem ser atropelado por meio Pacaembu, invista seus 90 mangos em alguns dos bons bares cervejeiros que se espalham por aí.

12 de setembro de 2013

Exposição em LA: arte em bolachas de chope

Brice Eichelberger
Uma exposição em Los Angeles transformou em arte um dos mais triviais utensílios de um bar: as bolachas de chope.

A mostra está em cartaz na galeria La Luz de Jesus Gallery durante a L.A Beer Week, que ocorre de 19 a 29 de setembro.

São mais de 400 trabalhos produzidos por dezenas de artistas em porta-copos de quatro polegadas (um tico a mais que 10 centímetros). Tem um pouco de tudo: desenho a lápis, pinturas a óleo, acrílico, construções em 3D...

As peças são lindas. Confira algumas delas abaixo (a legenda traz o nome do artista). Neste link aqui, é possível ver todas as obras de arte.

Kelly Parra

Nate Otto 
Jiyoung Paige Moon

Marc C. Willey

Cathie Black



10 de setembro de 2013

Propaganda espetacular da cerveja Guinness

São raros os anúncios publicitários de cerveja que optam por não ‘sensualizar’.

A Guinness lançou na semana passada um deles. Vale ver e rever. O vídeo é uma grande lição de amizade. Confira:

 

15 de agosto de 2013

As (futuras) cervejas de Harry Potter


Apaixonada por cerveja e por Harry Potter, a artista plástica americana Anita Brown resolveu criar, só por diversão, uma série de rótulos inspiradas na saga criada por J.K. Rowling.

Os desenhos (confira abaixo) têm referência a cada um dos sete livros, observa Raquel Carneiro, autora do blog Já Assisitu? e fã do personagem.

No primeiro deles, diz, a pedrinha no fundo do copo faz uma alusão à pedra filosofal. A cobra do rótulo 2 é a que protege a câmara secreta. A plaquinha 390 em frente ao copo da ilustração amarelada é uma referência a Sirius Black, o prisioneiro de Azkaban do terceiro livro da coleção.

E assim por diante até o derradeiro rótulo, homenagem a ‘Harry Potter e as Relíquias da Morte’, o fim da aventura. As ilustrações representam os três objetos que, juntos, transformam qualquer um no senhor da morte: a varinha das varinhas, a capa da invisibilidade e a pedra da ressurreição.

Anita promete, um dia, criar em sua própria casa uma cerveja que se encaixe perfeitamente a cada um dos rótulos - stout, pilsen, porter... Ainda bem que ela não planejou reproduzir a cerveja amanteigada que o povo do livro toma a torto e a direito.








14 de agosto de 2013

Após 839 tentativas, surge o Bailey's chocolate belga


Uma espécie de ultramaratona etílica foi percorrida para a criação de uma nova versão do licor de uísque irlandês Bailey’s: a Chocolat Luxe.

Anthony Wilson, filho do criador da marca, passou três anos em busca da combinação ideal da cremosa bebida e o doce do cacau.

Ao todo, foram 839 tentativas frustradas antes de encontrar a textura e sabor ideais que cumprisse o ousado objetivo de reproduzir a sensação de beber o melhor chocolate derretido de todos os tempos.

A receita leva trinta gramas de chocolate belga a cada garrafa de 500 mililitros. A mistura fez com que o teor alcoólico fosse reduzido de 17º para 15,7º.

Por enquanto, o aperitivo está à venda apenas na tradicional loja britânica Harvey Nichols, fundada em 1831. Custa quase 17 libras (por volta de 62 reais). A Diageo, dona da marca, promete ampliar a comercialização para a Europa em outubro.


13 de agosto de 2013

Chupitos, drinques feitos em copinhos de pinga


O recém-inaugurado bee. w bar resolveu investir em um tipo de drinque muito comum na Espanha, mas raríssimos em bares brasileiros: os chupitos.

São receitas preparadas naqueles copinhos de pinga, de 50 mililitros. O cardápio traz 36 variedades, servidas sempre geladinhas. Custam de 5 a 15 reais cada.

É uma brincadeira colorida. O melhor dos seis que experimentei, e que tem o nome do bar, é amarelado. Traz cachaça com mel, limão cravo e limão tahiti. Laranjinha, o julep mistura gim, Aperol, citrus e hortelã e também é bem gostoso.

O apple jack é vermelho e tem uma combinação, digamos, desafiadora: uísque, xarope de maçã e suco de cranberry. Se preferir verde, aposte no não menos inusitado green grass, que leva saquê,  licor de melão e suco de limão.

A carta também inclui versões clássicas em copinhos de uma dose. Tem o mini-cosmopolitan, o mini-manhattan, o mini-bloody mary , o mini-tequila sunrise e o mini-black russian.

O bar, anexo do hostel bee. w, mantém um ranking dos maiores bebedores do chupitos em apenas uma noite - – e não se engane pelo tamanho, pois em quase todos os quase são 50 mililitros só de álcool, sem água nem gelo.

A cada dez drinques, o bebedor ganha um copinho de shot com o logo do bar. Se colocar vinte para dentro, o prêmio é uma sandália Havaianas. O campeão do ano ganha um final de hospedagem no hostel. O mais-mais até o momento é um manauara de estômago forte, capaz de consumir 42 chupitos em uma noitada.

A sorte dele é que ele estava hospedado em um dos sete quartos temáticos do bem-equipado albergue, inaugurado em maio.

Duas dicas para garantir o lado do estômago: um cremoso bolinho de mortadela e os sensacionais quadradinhos de tapioca, que chegam à mesa com mel e geleia de pimenta.

O bar, instalado em uma agradável varanda, fica em São Paulo, pertinho da Paulista, na Haddock Lobo, 167.

9 de agosto de 2013

Trilegal: o Anulador de Celular da cervejaria Polar


A cervejaria gaúcha Polar resolveu dificultar a vida de quem vai para o bar e fica o tempo todo teclando no WhatsApp, fazendo comentários no Facebook, olhando o Twitter...

Eles apresentaram nesta semana o que chamam de Anulador de Celular. O dispositivo é simples. A partir do momento em que a garrafa de cerveja entra no isopor (ou cervejela, no dialeto sulino que apelida a loirinha de ceva), a conexão de todos os aparelhos da mesa é bloqueada. Quem quiser fofocar enquanto boteca terá de ir para a calçada.

“A ideia é fazer o consumidor se desconectar do mundo – mesmo que seja por alguns minutos – em prol de boas companhias, um bom papo e uma cerveja gelada”, diz a gerente de comunicação da marca.

Pena que a cerveja, uma das marcas da Ambev, só seja distribuída no Rio Grande do Sul.

Confira o vídeo:

7 de agosto de 2013

A ampliação (e o ocaso) do Bar Leo


As fotos abaixo são da obra de ampliação do bar mais icônico de São Paulo: o Bar Leo. Elas foram tiradas pelo jornalista Danilo Valentini, do blog Vou Andar, com autorização de um garçom.

A choperia vai pelo menos dobrar de tamanho. O atual proprietário, o mesmo do Bar Brahma, está reformando o imóvel vizinho na Aurora. Pistas da decoração estão no site do boteco. Uma promoção pede a doação de canecas de chope com uma história relevante. O prêmio é ter o nome nas paredes do bar e um ano de Brahma grátis. A previsão é que tudo esteja pronto em setembro.

Está em estudo, informa o garçom, até prolongar o horário do bar, que hoje ainda fecha às 20h30. A ampliação do cardápio também está na agenda - os ótimos canapés devem ser mantidos. O projeto de renovação visa aproveitar os milhares de alunos da recém-inaugurada Fatec, praticamente colado ao local.

Embora possa ser visto como progresso lógico, são sinais do ocaso definitivo do boteco decano da cidade, aberto em 1940 e inspiração para dezenas de outros lugares.

Seu declínio começou com a morte do antigo proprietário, Hermes Rosa, em 2003, e foi escancarado no ano passado com a revelação que, por dois meses, o estabelecimento vendeu chope Ashby (mais barato e de qualidade inferior) no lugar do tradicional Brahma. Para piorar, foram encontrados alimentos vencidos e malconservados na cozinha, o que levou ao seu fechamento pela vigilância sanitária – leia o caso completo nesta reportagem da Vejinha. 

O panorama desolador praticamente forçou a venda do bar para Alvaro Aoas, um nome ligado ao cenário boêmio na região central há quase 25 anos, quando o empresário montou o ótimo São Paulo Antigo no Largo de Santa Cecília. Em um cenário parecido, ele adquiriu e comandou a virada do Bar Brahma.

A casa da Ipiranga com a São João virou um sucesso de público com seus shows populares, mas eliminou a maioria dos vestígios dos seus tempos áureos – seu anexo, o Brahminha, está totalmente descuidado. Simplesmente deixou de ser um lugar legal para beber um bom chope e respirar ares de uma São Paulo que ficou para trás.

Tomara que o Leo tenha melhor sorte e não vire um bar qualquer.



5 de agosto de 2013

A cerveja do Mussum: "Meu negócio é biritão"


O filho do saudoso Mussum resolveu capitalizar em cima do personagem do pai. Com ajuda de outros empreendedores, Sandro Gomes vai lançar em 19 de agosto uma cerveja artesanal chamada Biritis, a maneira como o clássico personagem de Os Trapalhões chamava qualquer mé, da pinga ao uísque. "Meu negócio é biritão", dizia.

A cerveja, tipo Vienna Lager, será vendida em garrafas de 600 mililitros. A intenção é produzir 50.000 litros de bebida até o final do primeiro semestre de funcionamento.

O nome da cervejaria o é outra homenagem ao humorista: Brassaria Ampolis, uma referência às ‘ampolas’ que Mussum bebia em quase todo dominical infantil, em um tempo em que a militância politicamente correta quase não existia.

Uma piada clássica é a que ele pergunta ao balconista: Você tem leite de ganso manso? Tem leite de camelo? Leite de perereca? Depois de uma série de ‘nãos’, ele emenda ‘então me manda uma cachaça mesmo’. E vira para a câmera: ‘Bem que eu tentei tomar leite...’

Confira abaixo dois vídeos com a mesma anedota; um terceiro em que ele bebe seis doses de uísque no mesmo esquete e outro em que ele acerta, de olhos tapados, qual a 'biritis' certa.




2 de agosto de 2013

Nigella Lawson, MUITO boa de copo


Martini de Chocolate

Eu não tenho a menor dúvida: além de craque em comidinhas, a apresentadora de TV Nigella Lawson é boa de copo.

Em apenas quatro páginas de seu livro lançado recentemente no Brasil, ela ensina a fazer dezesseis coquetéis. Duas características comuns a maioria deles são as combinações pouco usuais e os nomes espirituosos.

A inglesa prova que não é fraca ao sugerir para um brunch de domingo o veludo negro. O drinque combina 750 mililitros de espumante doce Asti e 750 mililitros de cerveja Guinness.

Imagine, então, para finalizar o jantar, o baby guinness, um shot de licor de café (Tia Maria ou Kahlúa) com uma leve camada de licor irlandês Baileys.

Outro coquetel para quem tem fígado resistente é o lagarita. Combina uma logn neck de cerveja pilsen bem gelada, uma dose de tequila, uma de Cointreau, xarope de limão e limão espremido.

Também na linha mexicana, Nigella inventou o blood maria, uma versão do blood mary com tequila, suco de tomate, uma dose de xerez, suco de limão e uma colher de chá de tabasco.

E por aí vai. Tem o petúnia (espumante seco, Cointreau e suco de toranja rosa), o prosecco sporco (prosecco com Campari), o margarita rosa (tequila, suco de limão e xarope de açúcar), o martini de chocolate (vodca, vermute e creme de cacau transparente)...

Moral da história: a Nigella tem combustível de sobra se quiser afogar as mágoas de sua recém anunciada separação com uma bebedeira.

31 de julho de 2013

Um gostinho do calendário 2014 da Campari


A Campari anunciou nesta semana que a atriz americana Uma Thurman vai estrelar o calendário da marca no ano que vem. Em 2014, cada mês vai representar um festival de uma cultura regional. Os temas ainda são surpresa. Pelas fotos divulgadas para contar a novidade (ver fotos abaixo), dá para ver as caveiras mexicanas do ‘Dia de Los Muertos’ e a cerejeira típica da festa japonesa.

Esqueçam, seu babões, as folhinhas de borracharias.  A empresa investe em produções caprichadas. Esta é décima quinta edição (clique aqui para conhecer a coleção completa, desde 2000). Ano passado, a cara do calendário foi a espanhola Penélope Cruz. O escrete Camparia inclui ainda Jessica Alba (2009), Eva Mendes (2008 e Salma Hayek (2007). A modelo brasileira Carolina Bittencourt estampou o material de 2004. O privilégio de quebrar a sequência de beldades foi o ator porto-riquenho Benício del Toro, em 2011.

O escalado para clicar Uma, para quem for de interesse, é o sul-africano Koto Bolofo, especialista em fotos de moda.











29 de julho de 2013

Festival de cerveja de primeira em Ribeirão Preto



Quem aprecia cerveja e gosta de comparar as sutilezas de cada receita tem uma oportunidade de ouro no festival cervejeiro IPA Day Brasil 2013, marcado para este sábado (3 de agosto) em Ribeirão Preto (SP).
Serão oferecidas 22 cervejas do tipo de India Pale Ale, nome que, de acordo com uma das versões, identificava originalmente as variedades fabricadas pelos ingleses com um lúpulo mais forte para aguentar uma viagem oceânica até o a Índia.

As cervejarias que vão participar (algumas delas com mais de uma receita) são a Colorado, de Ribeirão Preto (SP); a Bodebrown, de Curitiba; a Dama, de Piracicaba (SP); a Invicta, também de Ribeirão (SP); a Seasons, de Porto Alegre; a 2 Cabeças, do Rio de Janeiro; a Way, de São José dos Pinhais (PR); a Cervejaria Nacional, de São Paulo; a Dortmund, de Serra Negra (SP); a Falke Bier, de Ribeirão das Neves (MG); a Küd, de Nova Lima (MG), a Cervejaria Inconfidentes, também de Nova Lima (MG), e a Schornstein, de  Pomerode (SC).

Para ninguém beber de com barriga vazia, o cardápio de sólidos inclui coxinha com curry, costelinha de porco confitadas e sanduíche de carne suína marinada, claro, com cerveja.

A brincadeira custa a partir de 110 reais se o ingresso for adquirido por antecedência pela internet (mais informações aqui). O valor inclui os tragos e a água durante o festival, do meio-dia às 8 da noite. Comidinhas são cobradas à parte.

27 de julho de 2013

Travolta, cara e jeito de cachaceiro


Os fabricantes de cachaça industrial ajustaram o foco de suas ações de marketing para tentar captar o interesse de um público que, aos poucos, começou a gostar da água que passarinho não bebe feita de um jeito artesanal, aquela mineira, amarelinha.

Primeiro, a Cachaça 51 apostou em uma jogada inusitada ao colocar uma garrafa da ‘boa ideia’ no cenário da série de TV americana ‘The Big Bang Theory’, cultuado por moderninhos brasileiros. Foi só uma pontinha no 21º episódio da sexta temporada, veiculado em maio nos Estados Unidos, mas que provocou enorme interesse e curiosidade.

Agora, um lance ousado no mercado da garapa-doida veio da cearense Ypióca, adquirida no final do ano passado pela gigante gringa Diageo. Os caras lançaram agora no fim de julho uma campanha publicitária estrelada pelo ator John Travolta. A ideia é brincar com o verbo brasilizar (acredite, o verbo está no dicionário): o sujeito ficaria mais brasileiro depois de uma dose de engasga-gato. O Travolta, pela cara inchada de cachaceiro no anúncio (ver vídeo abaixo), parece ter entrado de verdade na onda da propaganda.



26 de julho de 2013

Sim, o bebê real tem uma cerveja só dele


E o bebê real também entrou no marketing das cervejarias. A britânica McMullen & Sons, de Hertford, aproveitou o nascimento do príncipe George Alexander Louis no dia 22 para lançar a ale Heir Raiser.

O fabricante descreve a bebida, com 4% de teor alcoólico, como uma golden bitter, de coloração dourada, preparada com um blend de três variedades de lúpulo de origem britânica. O aroma, informa, traz delicadas notas de frutas e flores. 

A cerveja está à venda na rede de 135 pubs atendidos pela McMullen. Há ainda a opção de comprar pela internet no site da cervejaria em barris de 10 e 20 litros (31 e 62 libras, respectivamente).

25 de julho de 2013

Cerveja com chocolate. Alguém se habilita?

Poucos têm coragem de beber cerveja e comer chocolate ao mesmo tempo. Ainda assim, mestres cervejeiros investem em receitas com cacau na composição da bebida. O tipo escolhido para combinar o improvável é o imperial stout, que tem como característica um grau de teor alcoólico maior do que as pilsens do dia a dia, uma coloração quase preta e um sabor de maltes tostados.

O mais recente lançamento brasileiro é a Dado Bier Double Chocolate Stout, produzido pela cervejaria gaúcha em parceria com a fábrica de chocolate Kopenhagen – justamente uma imperial stout. A bebida tem 10,5% de teor alcoólico e tem em sua composição chocolate 70% cacau, cevada torrada, aveia e malte tipo chocolate. A garrafa de 600 mililitros está à venda em uma embalagem com oito tabletes 70% cacau e uma taça – o que ajuda no marketing, mas atrapalha quem só quer saber da breja.

Pelo menos outros dois fabricantes brasileiros tem variações com chocolate. A Baden Baden, de Campos do Jordão, lançou em maio uma ale preparada com malte tostado, baunilha e cacau, com 6% de teor alcoólico, indicada para sobremesas. A imperial stout Wäls Petroleum, de Belo Horizonte, é maturada com cacau bruto torrado belga, 12% de teor alcoólico e tem (esta eu já provei) um corpo aveludado, delicioso. Em vez de tampa, a garrafa é arrolhada. A receita foi feita para os mineiros pela cervejaria DUM, de Curitiba, que também engarrafa com o seu rótulo.



24 de julho de 2013

Em busca das grandes ales de Londres

 Apaixonado por ales, o jornalista Danilo Valentini fez um roteiro de clássicos pubs londrinos para beber na fonte grandes cervejas de alta fermentação servidas em pint.

Ele sentou no balcão do aristocrático Duke’s Head, bar com vista para as regatas de remo que ocorrem no Rio Tâmisa. Muitos lordes já provaram ali a Young’s Special, ale fabricada ali desde 1831.

Também visitou o The Hoop and Grapes, instalado em um imóvel que resisitiu ao grande incêndio de Londres de 1666, e o Zetland, pub que foi gerenciado pelo irmão de Charles Chaplin – o que certamente atrai e fãs de cinema e curiosos.

Viu de perto ainda o processo de fabricação do The White Horse, pub no Chelsea instalado em uma antiga coxia. As cervejas (e são muitas!) ficam acondicionadas em barris de uísque no subsolo. Um cellarman fica o tempo no bar só para garantir o perfeito acondicionamento da bebida.

A reportagem completa com vinte dicas foi publicada na revista Viagem e Turismo - clique aqui para ler a íntegra. Abaixo, dez fotos  do roteiro, produzidas por Valentini.

Princess Louise

 The Porcupine

The Three Kings

White Horse
Zetland Arms

The Albert 
Hoops and Grapes
The Faltering Fullback 
The Duke´s Head

Porão do White Horse